quinta-feira, 27 de julho de 2017

Amarelo



É certo que nem toda a gente gosta de amarelo. Caramba, se for pensar sobre isso não aprecio propriamente a grande maioria dos tons de amarelo. É um facto assumido. Não gosto, implico com a cor e não a considero tranquila, relaxante nem particularmente vibrante.

Existem tons de que gosto, daqueles a atirar mais para o amarelo torrado ou a lembrar as cores mais marroquinas e ricas. Mas isto sou eu.... É a minha opinião. Simples e somente. O meu cérebro associa esse amarelo torrado rico a cheiros e sabores, a paisagens e viagens, a pessoas e situações.

Qualquer local ou objecto que encontre nessa cor vai me fazer olhar duas vezes e perceber pormenores que não veria à primeira vista. Assim como, se for noutro qualquer tom, vou desviar os olhos e terei de fazer um esforço para voltar a olhar.

Em nenhuma circunstancia me vão ver com uma peça de roupa de amarelo pálido. Mesmo que seja o supra sumo de momento da moda, desenhado e executado pelo estilista mais badalado. Mesmo que nao tivesse mais que fazer ao dinheiro. Nao gastaria um cêntimo em algo que me desagrada à vista. Muito menos gastaria dinheiro em algo que me desagrada à vista só para dizer que tinha.... mesmo que ficasse escondida no sótão para a posteridade poder falar mal dos meus gostos. Mas isso sou eu.
Se não gosto não pago, não compro, não contrato.
Talvez porque saiba o quero, talvez porque sei dizer que não. E sei dizer que não com um sorriso. Ninguém fica chateado, ofendido nem tento diminuir nada nem ninguém só porque os meus gostos são limitados. Mas, mais uma vez, isso sou eu.

Na realidade isto não tem importancia nenhuma.... São apenas gostos. Vale o que vale. Na divina comédia que são as nossas vidas e reduzindo—nos à insignificancia que todos nós somos na enormidade do cosmos, todos estes pormenores são ridículos e insignificantes. É só uma questão relativa e, provavelmente, exclusiva de seres mais ou menos sapientes.

Voltando ao amarelo... ou ao roxo ou ao vermelho. Pormenores. Tinha que voltar a qualquer coisa.... talvez esteja só com saudades de escrever....
Não me passa pela cabeça reduzir uma flor, um tecido, um material, um objecto ou uma pessoa  a uma unica caracteristica. Já referi que isso devo ser eu?

E todo este discurso para quê? Para rigorosamente nada. Talvez para um momento de introspecção absolutamente egoista.
Espera.... isto tinha um sentido qualquer para estar contextualizado neste blog e não noutro qualquer de alucinações...

Nunca em nada do que escrevi aqui refiro que sou bonita. É uma questão tão relativa e pessoal que não me cabe a mim julgar o que os olhos dos outros vêm e as referências que têm para poderem fazer esse tipo de julgamentos.
Algumas pessoas acham me linda, outras bonita, outras normal e meia duzia acha que sou feia. Gostos.

O que nao consigo compreender (deve ser alguma limitação minha) é alguém me contratar para um serviço e quando lhe abro a porta, não gostanto do que vê, ficar e pagar.
É um facto que preciso do dinheiro... mas não preciso de estar a sentir que estou a sujeitar alguém à minha presença quando obviamente a desagrado. Não há necessidade... Não façam isso a vocês mesmos. A vida é demasiado curta para perderem tempo com esse tipo de experiências e tenho a certeza que o vosso dinheiro será muito melhor empregue numa boa mariscada regada com um bom vinho e em boa companhia... se a tiverem.

Se bem que às vezes a melhor companhia somos nós mesmos.