quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Sessão Fotográfica Dezembro





Em Terra de Ninguém

É curioso como isto funciona...
Entenda-se "isto" como algo quase caído em desuso... escrever.

Escrever, escrevinhar, tirar notas em folhas soltas, apanhadas à pressa numa qualquer mesa de café.

Escrever sempre foi um acto de desespero, de necessidade, de atirar contra uma folha branca a profundidade de pensamentos, sentimentos, de emoções, de experiências sentidas e vividas e que, por um ou outro motivo, não podem ser faladas.
É onde consigo discorrer, pensar e partilhar... ou era onde conseguia. É que, entretanto, a vida ensinou-me, à custa de muito treino, a verbalizar....e a fonte constante de palavras escritas parecia ter secado. Aprendi a comunicar sem medos.

Continua a ser muito curioso.... curioso porque nos últimos anos não tive a mínima necessidade de criar um espaço de partilha ou acrescentar algo a um dos alguns já existentes.

De quando em quando regresso às memórias abertas ao mundo, às muitas memórias que partilhei e que me faziam notar que, passados alguns anos, me espanto com a capacidade e facilidade de escrita e com a capacidade de ainda me emocionar com o que escrevi. Não devido à memória mas porque aquelas palavras escritas por outro autor qualquer com memórias diferentes das minhas, me continuariam a emocionar.
Cada palavra, cada silaba, cada letra se organiza como por magia para despertar dentro de mim sentimentos. Não os da mulher menina que as escreveu noutra vida qualquer. Cada linha, cada palavra, cada sílaba se organiza e, como por feitiço, revelam a intensidade com que foram escritas, revelam a alma por detrás de quem as escreveu e de quem as lê. 

A vida mudou e voltou a mudar. E voltou a mudar. E, de repente, volto a estar num sítio isolado. A encontrar-me num local que não vem em mapa nenhum. Num limbo que me impossibilita de comunicar aos que me rodeiam, à família que escolhi, onde estou, quem estou a ser, o que estou a fazer.
Cada conversa de ocasião arrisca a tornar-se um exercício na arte de desviar conversa. A curiosidade dos demais é constantemente desviada e as perguntas mais directas são respondidas com prontidão e alguma tristeza. Não porque as respostas sejam tristes... mas porque é triste ter aprendido a mentir. E ter aprendido a mentir bem.... não propriamente por vergonha do que estou a fazer mas porque nenhuma das minhas pessoas, à excepção de uma, teria a abertura de espírito, a mente aberta e a compreensão dos factores e acontecimentos que me trouxeram aqui. Nenhuma delas, à excepção de uma, aceitaria sem um enorme alvoroço as razões e a escolha, neste momento, de estar a trabalhar como acompanhante. Provavelmente nunca aceitariam...

A arte de mentir, desviar e ocultar tem sido aprimorada por necessidade. Porque cliente nenhum tem de saber demasiados pormenores sobre a minha vida privada mas principalmente porque ninguém da minha família de criação e quase ninguém da minha família de eleição conseguiria aceitar o que realmente se passa sem fazer um drama de preconceitos e flagelação... e já tenho pessoalmente bastante com que lidar...

Nenhuma das pessoas que conheci nesta profissão tem a aptidão para Ouvir e eu não tenho assim tanta necessidade de falar. Mas tenho a necessidade de partilhar e a necessidade de escrever sobre o que não consigo falar. Sobre o que não consigo dizer, sobre o que não consigo verbalizar.

Os acontecimentos, caras e encontros são tão rápidos que nos obriga a passar à frente rapidamente. Mais uma arte aprimorada. Passar à frente. Preparar, Viver, Passar à frente. Preparar de novo, Viver, Passar à frente.... e quando o dia de trabalho termina, passamos de novo à frente. Temos filhos e casas onde regressar. Temos compras para fazer, banhos para dar, conversas para por em dia, jantar para fazer. Dormir... Passamos à frente com a agilidade de gazelas e não olhamos para trás. Não podemos. Simplesmente não podemos. Ou então sou eu que não posso. Não sei.

O que sei é que a pressão interna vai aumentando. E essa já conheço bem. Já não a sentia à bastante tempo.... a pressão de não fazer uma pausa. A pressão de não poder passar à frente sem ter mastigado, digerido e cuspido de alguma forma. A pressão de demasiados acontecimentos e rostos sem conseguir verbalizar a beleza de muitos deles, a estupidez de outros tantos e a brutalidade de poucos. Brutalidade não no sentido de me sentir violentada ou de brutos. Mas porque são profundos, viscerais e fazem vibrar cada célula de quem estou. Brutalidade porque me destruturaram de alguma forma e me obrigaram a procurar pontos fixos, ombros e estruturas para não perder o equilíbrio e me estatelar desamparadamente. De todas as vezes em que perdi o equilíbrio ao longo destes meses consegui sempre cair de pé...

Mas a pressão não desaparece. E a vontade de escrever também não. A necessidade de concentrar pensamentos e deixa-los fluir de forma mais ou menos organizada. É realmente engraçado a forma como isto funciona. Como tendo ignorado mais uma capacidade, a vida deu meia volta e me volta a colocar num local enevoado onde a única saída é iluminada pela escrita.

Muitas reticências poderiam ser aqui colocadas e este texto terminado à laia de despedida. Mas as reticências servem silêncios, servem pensamentos vazios e momentos cheios. Não servem decisões nem resoluções. Servem momentos em suspenso e este momento não é suspenso. É sustentado num crescendo, num grito que se forma, num gesto adiado.

Pois que também sou escrita, nisto que sou. Pois que também sou verbo, nisto que estou.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Receita para o desastre



Receita para o desastre?

Pois que sim... Não é preciso muito para um encontro com um cliente se transformar num momento digno de um sketch do mais puro humor inglês. Os ingredientes são simples e dignos, só por si, do rótulo de "desastre eminente".
Note-se que este episódio já se passou há alguns meses, quando estava a trabalhar como independente há cerca de um mês... verdinha verdinha ;)

Ingredientes:

- uma Joana que, apesar da idade e dos anos de experiência com namorados e afins, nunca se tinha cruzado com verdadeiros apreciadores de lingerie e role play
- uma manhã com uma saída de casa atribulada, entre preparação de lanches e mochilas da escola, a horas perfeitamente indecentes para qualquer mortal são de espírito
-  um telemóvel de trabalho e agenda que ficaram esquecidos na gaveta onde ficam cuidadosamente guardados, longe dos olhares e dedos indiscretos dos filhotes, na confusão da manhã 
- uma marcação à primeira hora do dia com um cliente simpático mas com alguns pedidos sobre a utilização de meias, cinto de ligas e outros acessórios simples (simples hoje, porque na altura tive de os comprar... ). 
- detalhes específicos da marcação sobre gostos visuais aos quais não estou habituada e que, na realidade, não podiam estar mais distantes da minha forma de atendimento
- uma colega de trabalho que é um doce e, felizmente, uma Amiga
- um conjunto de lingerie com meias de vidro e cinto de ligas

Como referi... cada um dos ingredientes serviria,  por mérito próprio, para um momento de comédia. Juntar tudo num espaço de pouco tempo, pedacinho a pedacinho.... enfim.... hoje em dia olho para o que se passou com bastante humor. Mas o meu dedo que adivinha desconfia que o cliente saiu furibundo do encontro.. .. até porque nunca mais voltou :D note -se ainda que a pessoa em questão não vive propriamente nos arredores do local do encontro e que o valor acordado não é propriamente uns trocos... pelo menos para mim. E acredito que não o fossem para o cliente...

Continuando. Já com os ingredientes apresentados não é difícil perceber que estava armada uma bela de uma confusão.

Preparação:

Saída apressada de casa, zigezagueando entre o trânsito até à escola, sentar na esplanada do costume para tomar café e começar a preparar a agenda do dia.... abro a mala e.... onde é que está a agenda?? Respirar fundo, olhar para o relógio para perceber o tempo que ainda tinha para a marcação. Voltar a respirar fundo, esvaziar a mala, verificar cuidadosamente cada recanto e bolso da mala para constatar que a mala do sport billy afinal tem fundo e que o telemóvel de trabalho e a agenda não estavam lá enfiados.
Nova pausa, novo olhar para o relógio. Neste momento era bastante óbvio que não tinha tempo para voltar a casa para ir buscar nada. 
Faço contas à vida, constato que o computador tinha ficado no carro e rezo para que o cliente em questão tenha dados móveis.

Entrar no carro, voltar a ziguezaguear pelo trânsito, disparar pela autoestrada enquanto vou pedindo encarecidamente a todos os santinhos e santinhas de pau mais ou menos carunchoso, que o cliente tivesse dados móveis e se lembrasse de verificar as mensagens privadas do site onde nos tínhamos conhecido ou o e-mail que me tinha fornecido. Quando finalmente chego ao apartamento envio email e mensagens privadas a avisar que o aguardava mas que não tinha como o contactar pelo telemovel, arrumo e preparo o gabinete e perto da hora acordada tomo banho, visto me com a lingerie que o cliente tinha pedido e espero à frente do computador algum sinal de vida. E espero... e espero e espero e nada...

Entre quase roer as unhas e dar cabeçadas na parede bate me à porta a, na altura, recente companheira de apartamento, desabafos e de diabruras a três na alcova. A Carlota ou Sarah Sweet foi e continua a ser uma surpresa neste meio. Sendo uma mulher inteligente e sensível com os anos de experiência que nunca terei, entrou enquanto lhe explicava atabalhoadamente o que se estava a passar. Aguardamos as duas que alguma coisa mudasse no écran do computador enquanto íamos fazendo refresh. Nada.
Éramos as únicas no apartamento e o silêncio ia ecoando nas paredes do longo corredor enquanto esperávamos. Os minutos iam passando, a hora combinada passou e a cada minuto que passava mais me convencia que tinha passado por mal educada e que me tinha queimado com aquele cliente. Se tivesse acontecido comigo teria ficado possessa e nem as mensagens a explicar a situação iriam alterar o facto de que, provavelmente, não voltaria a combinar rigorosamente mais nada com aquela pessoa.

Cerca de meia hora a 40 minutos depois da hora marcada, toca o telefone da Sarah. Não havia nada que ela pudesse fazer senão estar ali. Não tinha o contacto do cliente, não o conhecia nem sabia muito bem que tipo de pessoa seria.
 O som do telefone sobressaltou nos no silêncio mas foi bem vindo para aliviar a tensão. Ouço a a falar com o cliente sobre condições, pausa enquanto ouve a pessoa do outro lado e de repente diz:
- Mas tinha marcação com a Joana? Ela tem estado a tentar contactar consigo pela net. Deixou o telemóvel em casa e está mesmo aqui ao meu lado. Espere que vou passar!
Passa-me o telemóvel enquanto percebo que o cliente na impossibilidade de conseguir contactar comigo estava a tentar não dar por perdida uma viagem longa. E que tinha dados móveis para procurar outra acompanhante na zona mas nem se lembrou de ir confirmar o email ou as mensagens privadas...
Desfaço-me em desculpas, explico que estou à espera dele mas que, infelizmente, tinha deixado o telemóvel em casa. O cliente ouve meio a contragosto e lá acaba por se convencer a dar-me uma segunda oportunidade.

Se isto fosse uma cena de teatro, isto seria o final do primeiro acto. Seria uma qualquer peça secundária entre o suspense e o burlesco, sem dúvida e de má qualidade, num qualquer teatro escondido e poeirento. Daqueles em que os corredores escuros e escadas de madeira rangem a cada passo. Mas não é uma peça de teatro. É uma receita. Uma receita para o desastre.... ou pelo menos é o que se lê no título.
Mais de metade dos ingredientes estão apresentados e não se adivinha nenhum desfecho, apesar dos ingredientes que faltam poderem contar quase toda a história sozinhos.

O cliente acaba por entrar desconfiado enquanto me continuo a desfazer em desculpas e a tentar explicar que tinha saído de casa à pressa e em cima da hora. Ora um cliente que ja tinha deixado bem explícito que se encantava com a encenação não quer saber de pormenores de bastidores. Retira toda a magia e encanto e a sensação de estar a viver o enredo desaparece.... como é óbvio. Ou deveria ser, não fosse aqui a menina deste lado ser meia loira ou, no mínimo, distraída.

Como é óbvio e perfeitamente natural o cliente continuou desconfiado e claramente desagradado até ao momento em que realiza que estou a ser genuína. Relaxa e lá acede a ir tomar banho e a um recomeço. Depois do banho, já mais descontraído e, tenho a certeza, ter respirado fundo muitas vezes, lá conseguimos sorrir perante o disparate e preparado nos para tentar perceber realmente quem temos à frente.

E aqui tenho que lhe tirar o chapéu. É preciso alguma ginastica mental para este processo. É preciso ser boa pessoa e estar disposto a perceber o outro lado. Não são todas as pessoas que o conseguem fazer e sorrir tão rapidamente depois de ser deixado pendurado durante quase uma hora desde o início desta saga.

Banhos tomados, acabamos por ir diminuindo a distância um do outro enquanto ele aprecia a lingerie e os saltos....

Percebi mais tarde que ele aprecia efectivamente a encenação e que os seus gostos não são propriamente clássicos. Os meus são. A lingerie que trazia era e ainda é bonita, assim como seria há vinte anos e será daqui a mais vinte. Preta, clássica e intemporal. Muito boudoir e sedutora mas a encenação acaba aí. Como descrito nos ingredientes nunca me tinha cruzado com nenhum parceiro de aventuras verdadeiramente apreciador de lingerie e role play. Poses e encenações não fazem propriamente parte do meu reportório de talentos... pessoalmente a lingerie é bonita e sensual, serve para brincar e para despir. Verdinha com o era nunca nunca tinha tido nenhum cliente que fosse apreciador das artes de alcova mas mantendo as peças de lingerie vestidas.

Ora é aqui que começa o disparate e o humor retorcido...
Se olharem atentamente para a imagem acima vão observar a sensualidade, a ansiedade e sexualidade do momento.  As formas bonitas, o olhar discreto e provocador da mulher, o cabelo bem tratado e o momento imediatamente antes de uma peça de roupa ser retirada por uma mão forte e segura, que nunca iremos ver e que nos deixa suspensos na vontade de querer continuar a ver.
Isto é o que vejo.... um apreciador de encenações vê tudo isto mas repara imediatamente num pormenor. O cinto de ligas está vestido por cima das cuecas. E depois? Não é  para tirar? Não, não é!

Alguma vez vestiram meias de liga? Imaginam a trabalheira que dá vestir e prender as meias ao cinto? Tantos avanços tecnológicos, tanto desenvolvimento e ainda ninguém se lembrou de desenhar uma mecanismo mais simples para prender as meias de forma rápida e eficiente. A acrescentar a dificuldade e ginastica necessária para as prender nos locais correctos de forma a que o cinto de ligas assente na perfeição e com a forma correcta. Comigo funciona por tentativa e erro e, apesar de neste momento já ser uma operação mais rápida, na altura era uma autêntica aula de contorcionismo morosa, cansativa e frustrante.

Estava o cliente a acariciar me enquanto apreciava a textura e as formas, o ambiente bem aquecido e sedutor, apesar de não haver encenações, rabos empinados e provocações que são tão teatrais que acabo por me desmanchar a rir pelas figuras, quando me começa a tirar as cuecas.... para ficarem presas no cinto de ligas... a frustração ficou estampada na cara dele enquanto me apercebo da situacao.
Parede mais próxima, por favor! Como é que é possível não me ter passado uma coisa tão óbvia como: as cuecas vestem se por cima do cinto. A forma que parece mais óbvia é só mesmo para a fotografia. E que bem que fica! Mas, na prática, não dá jeito absolutamente nenhum. Não há ciência complicada nenhuma por de trás disto! Não é preciso ter um mestrado nem um mba. Deveria e é a coisa mais óbvia para os habitués nestas andanças...

Momento de paragem e frustração enquanto exclamou qualquer coisa como:
- Mas está ao contrário!
- Desculpa (outra vez!!!) Não me tinha apercebido. Espera um bocadinho que vou trocar...

Ao que o abandono no quarto enquanto me rogo pragas e corro para a casa de banho proceder a mais uma sessão de contorcionismo.

A este ponto podia ter voltado a aparecer na forma da Angelina Jolie que não havia volta a dar. A encenação estava definitivamente arruinada. Os vários pedidos de posições e poses que se seguiram foram executados por mim sabendo que a minha sensualidade é natural e não encenada. Eu avisei que era a receita para o desastre.. ..

Apesar da conversa descontraída no final e de algumas gargalhadas e sorrisos, ambos sabíamos que o que se tinha passado não era para repetir. Banhos tomados, cliente já a caminho da sua vida e fiquei a auto flagelar-me por ser tão idiota!

A Sarah vem ter comigo quando se apercebe  que já estou sozinha e conto-lhe o que se tinha passado... a resposta dela foi apropriada:
- A sério, mas não sabias? Como é que não sabias? As cuecas vestem-se sempre por cima do cinto de ligas!

Pois....mas não sabia. A situação foi absolutamente ridícula, idiota e o cliente ficou, com certeza, com a sensação que tinha deitado dinheiro fora.... por responsabilidade minha. Ainda  reviro os olhos quando me lembro da situação, enquanto me vou rindo com a minha ingenuidade e inocência.

Escusado será dizer que, como seria de esperar,  nunca mais me contactou...

Serviu me de lição para pensar bem nos pormenores quando me fazem pedidos diferentes e ficar a imaginar tudo o que poderá correr menos bem... Serviu também, na altura,  para ir definindo o meu tipo de atendimento e para realizar que, tudo o que tenha a ver com encenações, é para ser feito com amigos.... com clientes é receita certa para o desastre.



quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Coisas

Depois de alguns dias a adiar questões nada melhor que um início de dia a começar de forma estranha....
Depois de muita neura matinal e alguns contratempos, o dia acabou por incluir uma viagem até ao Leroy Merlin da esquina mais perto com a adorável, temperamental e doce Sarah Sweet.

Uma ida das duas onde quer que seja acaba quase sempre em disparate!

Entre valsas no meio da rua ao som do trânsito e dos risos, ataques de riso mal contidos em plena loja de ferragens e afins e um rol de outros disparates encontramos esta pérola... Não resistimos e resolvemos partilhar :D
Não há neura que resista!


terça-feira, 7 de novembro de 2017

Momentos


Como o frio convida ao aconchego, ao fogo, ao deleite dos braços e dos corpos enleados.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

1 ano depois



Já fez um ano desde que inicie o percurso nesta actividade. Um ano é um ano, são doze meses e, sinceramente, nem me apetece contar os dias...
Aprendi imenso e passei por situações que talvez nunca tivesse passado se não estivesse aqui.

Mas consegui nunca deixar de ser eu mesma. Consegui manter-me fiel aos meus princípios e aprendi meia dúzia de limites que necessito de ter para que assim continue. 
Quem me conhece, como diz alguém, ou adora ou odeia. Confesso que não sou muito dada a ódios, a extremos nem a intolerância. Nem a fingir ser alguém que não sou.

Quem me conhece lá fora, fora das quatro paredes, sabe que só não faço pelos outros o que não posso. Que só não dou o que não tenho.
E quem me conhece aqui e aprecia sabe que as minhas mãos, o meu corpo e as minhas palavras se movem ao sabor e ondular de muito mais que apenas luxúria.

Ao contrário do que algumas pessoas pensam, dizem/escrevem, nenhuma de nós, acompanhantes, cortesãs, tem de se adaptar às vontades e caprichos dos clientes.
Quando é uma de nós a expressar isto fico sempre um pouco triste. Mostra sempre indícios de imaturidade e falta de auto-estima... ou de ainda não saber quem é.
Quando é um cliente ou um qualquer homem a expressar isto.... enfim, digamos que a desumanização da mulher tem muitas faces e esta é uma das mais feias.
Nenhuma de nós tem de se submeter a desejos e caprichos alheios, nem na vida privada, nem nesta actividade. Temos, sim, de saber quem somos, de aprender quem somos, do que gostamos, de aprender sobre o prazer que sentimos e proporcionamos. Temos de aprender a perceber, sem palavras, o que a pessoa que está à nossa frente, enleada no nosso corpo precisa naquele momento, enquanto não nos esquecemos que somos pessoas e mulheres.

Cada uma de nós "vende" ou troca o que tem. Mas se me limitasse aos caprichos dos meus clientes, teria muito pouco para oferecer. E tenho cada vez mais noção do que sou e do que ofereço.
Neste momento atendo 3 a 4 clientes por dia, sendo que 3 clientes tem sido o limite habitual. 
Porquê? Porque perco a conta aos orgasmos que tenho, porque estou ali, presente, inteira, entregue. Porque é intenso, porque dou e dou e dou. Porque, apesar dos orgasmos parecerem inesgotáveis, desidrato e fico fisicamente cansada. Porque é um compromisso comigo mesma para limitar de alguma forma a minha exposição neste meio.
É isto que estou, entre quatro paredes, um pouco do que sou.
É isso e muito mais o que tenho para oferecer.
Muito mais que quecas visuais, rabos empinados ou mamas a sair de fora do soutien. Quem procurar isso não é de mim que precisa, não é a mim que quer. É a vizinha do lado. E existem tantas por aí, de todas as formas, cores e feitios... 
Quem me procura vem sentir algo de diferente, de mais doce, mais profundo, mais vivido e genuíno.
Não esperem que me ponha a fazer poses, a fazer comentários "picantes" ou a vestir lingeries só porque sim.
Faço-o, sim, quando me apetece. Faço-o também quando já existe uma ligação e cumplicidade com o cliente que permite tudo o resto. Permite os fetiches, a brincadeira e a provocação. Sem existir empatia e algum tipo de ligação, chamo a isso manipulação. É que, gente bonita, a maioria das mulheres neste meio são exímias nesse tipo de manipulação. E cada uma de nós posiciona-se neste "mercado" como quer, como pode, como sabe.

A forma como estou neste meio, a forma como me entrego e faço amor mostrou-me que nada disto se coaduna com atendimentos de 30 minutos.
Por todas as razões. Porque me exponho muito mais, porque não permite tempo para disfrutar do prazer, porque não permite que esteja inteira com cada um de vós. Porque me faz olhar para o relógio, quando não me apetece. E porque não me apetece sentir que sou um carimbo num qualquer cartão de pontos imaginário.
Acredito que alguns dos potenciais clientes argumentem que são muito "quentinhos" e não aguentam muito tempo. A esses garanto que o prazer e o sexo é muito mas muito mais que penetração, orgasmos ou "wham bang thank you ma'am". E um oral bem feito com cuidado, carinho, suavidade, sensibilidade e sensualidade pode, só por si, durar os 30 minutos.... mesmo para os homens mais quentinhos.


Em nada do que escrevo, faço ou digo existe espaço para mistura de sentimentos ou insinuações disso. O que começa entre quatro paredes, termina entre quatro paredes. Estamos a falar de sexo, de prazer, de sentires, de partilha... apenas entre quatro paredes!

Como dizia Anais Nin:

"I am so thirsty for the marvelous that only the marvelous has power over me. Anything I can not transform into something marvelous, I let go."


Assim sendo, serve este pequeno testamento como aviso à navegação de que vou deixar de fazer atendimentos de 30 minutos.

O restante tarifário mantém-se e pode ser consultado Aqui.

Não espero que todos vocês compreendam ou aceitem. Quem me conhece e aprecia entre quatro paredes, compreende.

De qualquer forma é um limite que necessito para continuar a ser genuína e verdadeira comigo mesma. 
É uma das pequenas formas que encontro para não me anular neste meio e manter a minha essência...

Com todo o carinho e respeito,

Joana



quinta-feira, 27 de julho de 2017

Amarelo



É certo que nem toda a gente gosta de amarelo. Caramba, se for pensar sobre isso não aprecio propriamente a grande maioria dos tons de amarelo. É um facto assumido. Não gosto, implico com a cor e não a considero tranquila, relaxante nem particularmente vibrante.

Existem tons de que gosto, daqueles a atirar mais para o amarelo torrado ou a lembrar as cores mais marroquinas e ricas. Mas isto sou eu.... É a minha opinião. Simples e somente. O meu cérebro associa esse amarelo torrado rico a cheiros e sabores, a paisagens e viagens, a pessoas e situações.

Qualquer local ou objecto que encontre nessa cor vai me fazer olhar duas vezes e perceber pormenores que não veria à primeira vista. Assim como, se for noutro qualquer tom, vou desviar os olhos e terei de fazer um esforço para voltar a olhar.

Em nenhuma circunstancia me vão ver com uma peça de roupa de amarelo pálido. Mesmo que seja o supra sumo de momento da moda, desenhado e executado pelo estilista mais badalado. Mesmo que nao tivesse mais que fazer ao dinheiro. Nao gastaria um cêntimo em algo que me desagrada à vista. Muito menos gastaria dinheiro em algo que me desagrada à vista só para dizer que tinha.... mesmo que ficasse escondida no sótão para a posteridade poder falar mal dos meus gostos. Mas isso sou eu.
Se não gosto não pago, não compro, não contrato.
Talvez porque saiba o quero, talvez porque sei dizer que não. E sei dizer que não com um sorriso. Ninguém fica chateado, ofendido nem tento diminuir nada nem ninguém só porque os meus gostos são limitados. Mas, mais uma vez, isso sou eu.

Na realidade isto não tem importancia nenhuma.... São apenas gostos. Vale o que vale. Na divina comédia que são as nossas vidas e reduzindo—nos à insignificancia que todos nós somos na enormidade do cosmos, todos estes pormenores são ridículos e insignificantes. É só uma questão relativa e, provavelmente, exclusiva de seres mais ou menos sapientes.

Voltando ao amarelo... ou ao roxo ou ao vermelho. Pormenores. Tinha que voltar a qualquer coisa.... talvez esteja só com saudades de escrever....
Não me passa pela cabeça reduzir uma flor, um tecido, um material, um objecto ou uma pessoa  a uma unica caracteristica. Já referi que isso devo ser eu?

E todo este discurso para quê? Para rigorosamente nada. Talvez para um momento de introspecção absolutamente egoista.
Espera.... isto tinha um sentido qualquer para estar contextualizado neste blog e não noutro qualquer de alucinações...

Nunca em nada do que escrevi aqui refiro que sou bonita. É uma questão tão relativa e pessoal que não me cabe a mim julgar o que os olhos dos outros vêm e as referências que têm para poderem fazer esse tipo de julgamentos.
Algumas pessoas acham me linda, outras bonita, outras normal e meia duzia acha que sou feia. Gostos.

O que nao consigo compreender (deve ser alguma limitação minha) é alguém me contratar para um serviço e quando lhe abro a porta, não gostanto do que vê, ficar e pagar.
É um facto que preciso do dinheiro... mas não preciso de estar a sentir que estou a sujeitar alguém à minha presença quando obviamente a desagrado. Não há necessidade... Não façam isso a vocês mesmos. A vida é demasiado curta para perderem tempo com esse tipo de experiências e tenho a certeza que o vosso dinheiro será muito melhor empregue numa boa mariscada regada com um bom vinho e em boa companhia... se a tiverem.

Se bem que às vezes a melhor companhia somos nós mesmos.





quarta-feira, 29 de março de 2017

Lamento

Hoje é a minha vez de dizer lamento.... com um misto de desilusão comigo mesma e de determinação na decisão tomada a quente. 

Vezes e vezes sem conta nestes quase seis meses assisti a colegas minhas fazerem marcações sem o mínimo de consideração por si próprias ou pelos clientes. Marcações sem intervalos de descanso, marcações sobrepostas porque, de certeza, haveria alguém que podia não vir....

Tenho cuidado de me dar intervalos, no mínimo, de cerca de vinte minutos a meia hora entre marcações. Quem já esteve comigo percebe porque. Porque sou multiorgásmica e porque o meu nível e profundidade de entrega é grande. Preciso de descansar, de tomar um café, comer qualquer coisa, arrumar e limpar o quarto, fumar um cigarro (sim, fumo!), pôr roupa a lavar ou a estender ou dobra-la e arruma-la. Porque preciso desse tempo para me sentir inteira, presente e atenta para a próxima pessoa que vou atender. Porque preciso de uns minutos para respirar fundo e deixar-me apenas Ser e Sentir.

Inevitavelmente, ao fim de um dia, acontecem atrasos. Não costumam ser mais que cinco ou dez minutos mas acontecem. 

Hoje marquei o último cliente do dia e, quase em cima da hora marcada, percebo que estou mais atrasada que o habitual. Não tenho o quarto arrumado, ainda não tomei banho e não comi nada nas últimas 4 horas. Envio uma mensagem ao cliente a avisar que estou cerca de 15 a 20 minutos atrasada. Não sei, nem imagino, as voltas que esta pessoa teve de dar à sua rotina para ali estar aquela hora. E sei que posso estar a interferir com a sua vida pessoal mas é exactamente por o valorizar que preciso desse tempo. Para poder estar nas melhores condições físicas, mentais e emocionais. Para poder estar ali para ele.

Passado alguns segundos recebo uma mensagem de volta com o texto: "A essa hora só posso uma rapidinha. 40 euros?"

................................ demoro alguns minutos a digerir a resposta, enquanto adiantava as coisas no quarto. E percebo que a pessoa que ia encontrar pela frente e com quem ia partilhar o meu corpo não valoriza o que lhe ofereço. 

Quem já me visitou sabe que não peço o dinheiro pelo serviço que presto no ínicio. Sabe que tento ao máximo ignorar esse factor. Pode não saber porque, mas já o deve ter percebido. Sabe que, no momento do pagamento peço para deixarem o valor numa caixa e não vou conferir imediatamente. Deixo isso à honestidade e consciência de cada um. A minha fica tranquila porque recuso-me a ver os meus clientes como cifrões. Preciso, como é óbvio, do pagamento. É justo e foi o acordado previamente. Cada um foi informado dos tempos, valores e do único extra que cobro. Mas não quero olhar para o homem que me aparece à frente como um porta-notas. Quero olhar para ele como pessoa, como homem, como prazer.

Perceber que a última pessoa do dia estava a tentar negociar algo que não é negociável, num momento em que já não tinha força anímica para ser razoável e dar mentalmente a volta à questão fez-me dar como cancelada a marcação. Enviei uma mensagem de volta a dizer que não e que lamentava o meu atraso e a tentativa de negociação dele..... e mentalmente cancelei a marcação. 

Explicar por mensagem àquela hora que nunca em tempo algum seria capaz de estar de forma intima e profunda com alguém que tinha acabado de desvalorizar a minha entrega, o meu corpo e a necessidade de sustento está além das minhas capacidades. Explicar ao telefone também não teria os melhores resultados para nenhum dos dois. Percebo, meia em choque, passado alguns minutos que a pessoa continuava à minha espera........ e não disse nada. Não sabia o que dizer e continuo a não saber muito bem o que dizer.

Como é que se explica algo que deveria ser perfeitamente óbvio? Como é que se regateia os valores de algo tão intimo e profundo? Tenho a certeza que a pessoa nem pensou. Atirou barro à parede para ver se colava.... mas ele não está propriamente a comprar prateleiras do ikeia no olx (passe a dupla publicidade). Está a trocar a minha intimidade por um valor.... sei a profundidade de entrega que tenho. Não estou apenas a abrir as pernas..... e definitivamente não sou uma boneca insuflável.

Fiquei riscada na "lista" de alguém.... é a vida. A verdade é que qualquer um dos homens que me visita ou telefona pode achar o que quiser sobre mim. Pode pensar o que quiser e ter as atitudes que quiser. Mas a única pessoa que me pode valorizar ou desvalorizar... sou eu mesma.






quarta-feira, 22 de março de 2017

Dia Mundial da Poesia

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos

David Mourão-Ferreira

domingo, 12 de março de 2017

Legislar a Prostituição?

Muito se tem lido e falado sobre a legalização da prostituição e as opiniões são quase todas preconceituosas e altamente enraizadas numa cultura judaico-cristã, de pecado e negação. É chocante, sem ser novidade nenhuma, perceber o quanto a maioria das pessoas se indigna com este tema. Com este e com outros em que a Mulher ganha poder sobre si mesma. Sim, porque ao contrário do que muito se fala, a mulher ganha poder com este processo. Não o perde, não é nem mais nem menos explorada do que se estiver a trabalhar 10 horas de pé num supermercado. A quantidade de vezes que chego a uma loja ou a um supermercado e me apercebo que aquela pessoa (homem ou mulher) está de pé no seu posto de trabalho, sem um apoio, sem um descanso para os pés, sem um banco alto.... de propósito, porque as entidades patronais não querem....

Tenho conhecido algumas mulheres nesta profissão.... e quase todas elas têm algumas circunstancias em comum: saíram de separações ou divórcios com filhos e em situações financeiras muito complicadas. Complicadas o suficiente para dar o passo de desespero e coragem para a prostituição ou para as massagens sensuais, que acabam também, mais cedo ou mais tarde, por seguirem pela prostituição. Pela tal do sindicado ou valores um pouco mais altos ou mais baixos. Essas são as que entram porque é uma opção.

Não estou a falar de miséria humana. Não estou a falar de mulheres e homens dependentes de aditivos químicos que lhes consomem os recursos financeiros ao ponto de não se reconhecerem e fazerem qualquer coisa pela próxima dose. Não estou a falar de pessoas que estão ilegalmente no país e onde a perspectiva de um contrato de trabalho é quase nula e acabam nalguma "casa" com os documentos cativos pelos proprietários. Não estou a falar de mulheres que são obrigadas a se prostituírem pelos "namorados", que são violentadas por quem as devia proteger e são tratadas como escravas sem quaisquer direitos.

É que a legislação, a ser aprovada, não aquece nem arrefece o primeiro grupo de mulheres.... vão continuar a tentar fugir aos imposto ou vão declarar (se declararem) o mínimo para as finanças não as chatearem e, aposto, que a passarem recibos vão ser apenas "prestadoras de serviços".

Mas o segundo grupo, vai ser reconhecido por aquilo que é. Vitimas. Não são as mulheres que se prostituem que precisam de ser reguladas, mas sim as casas que as exploram. 

Sim, as casas que as exploram. Porque, apesar de fazerem falta, a grande maioria não oferece as condições mínimas de conforto às suas trabalhadoras. A perspectiva é puramente comercial, como se de uma venda de carne se tratasse e onde as mulheres são tratadas como gado. Uma das casas onde estive e de onde saí, a proprietária chegou a verbalizar essa opinião (de que éramos gado) entre a soberba de estar a ganhar dinheiro ás nossas custas e o pouco ou nenhum valor que nos dava. Tínhamos um espaço pequeno para comer e descansar, sem cadeiras, onde se encafuava a caldeira, um frigorifico, uma mesa e uma única cadeira.... onde ela se sentava. Os clientes eram muito bem tratados.... mas os tempos eram controlados ao segundo e se pudesse ser menos tempo.... melhor. Perdi a conta à quantidade de vezes que levei grandes ralhetes, como se de uma criança se tratasse, por passar dez minutos do tempo "contratado" ou por não ter roubado tempo ao cliente. E estas não são as piores!! 
Porque existem realmente piores.... daquelas que alguns clientes tanto gostam, onde as mulheres ganham nada ou quase nada, porque os preços são baixos e, podem ter a certeza, os proprietários ficam SEMPRE com pelo menos 50% do valor que o cliente paga. Só conheci uma casa onde as comissões eram diferentes, quando entrei. Sei que algumas casas aumentam a percentagem para tentar angariar mulheres.... mas, mais uma vez, que direitos e deveres, essas casas deveriam ter?? E volto a referir essas não são as piores.
Existem casas onde as mulheres vivem presas, violentadas, espancadas, torturadas e sem qualquer direito a saúde, a liberdade, onde toda a humanidade lhes é retirada e são tratadas como escravas... nos dias de hoje.

A legislação, a ser aprovada, espero que venha lançar luz a essas questões e venha a regular, mais que as prostitutas em si, quem as explora ou tenta explorar. 

Esse, sim, era o tema que deveria ser discutido.... e é triste e chocante perceber que a grande maioria das pessoas não está minimamente desperto ou atento a essas nuances. Perdem-se em discussões sobre o sexo dos anjos, sobre semântica e conceitos morais. Falam sem conhecer uma realidade e esquecem que uma sociedade deve proteger e integrar todos os que a constituem.

Pequena Morte

É sobre prazer que escrevo...
Profundo, voluptuoso, turgido.
Sobre prazer, luz intensa
Que nos inunda e nos encaminha à morte.

É sobre prazer que sinto, que murmuro,
que gemo suavemente;
Prendo os gemidos nos lábios,
Trinco-os e saboreio cada onda antes do fim.

Cada onda, cada vaga
Que se contorse e explode,
Percorrendo as falésias do corpo
Num tremor crescente que nos leva,
Violentamente, da queda à pequena morte.

Essa, a luminosa, repleta, cheia,
Redonda e plena, em que nada existe,
Onde tudo começa e termina,
Onde os murmúrios se transformam em vida.

Quando todos os sentidos se conjugam,
Fundem e transformam,
Deixando-nos imersos, perdidos
No silêncio de qualquer ideia de nós.




segunda-feira, 6 de março de 2017

Prostituição e a História Americana


A propósito de algumas conversas sobre a "profissão mais antiga do mundo", independência financeira e valores morais. 
Um bocadinho de história (americana) que não vem nos livros da escola ;)





* Beijos *

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Onde, Quando, Quem, Quanto e Como?

Onde

O atendimento é feito num apartamento privado, discreto, em Lisboa, perto do Campo Pequeno. A morada completa e indicações necessárias são fornecidas no momento da marcação.
O quarto é confortável e tem ao vosso dispor água, café, chá e chocolates (quando não os como todos. O gabinete tem duche no quarto que é  limpo e desinfectado entre cada cliente.
Todos os clientes têm ao seu dispor: toalhas lavadas, gel duche sem cheiro, champô, desodorizante, gel para o cabelo, toalhetes e elixir bucal. 

Quando:

De segunda a sexta entre as 9h e as 17h.
Ocasionalmente até às 21h e alguns fins de semana.

Quem:

Atendo homens, mulheres e casais.
Sou bissexual activa com as mulheres, desde que sejam cumpridas todas as normas de higiene.
Casais ou mulheres que pretendam uma primeira experiência com outra mulher é aconselhado a optarem por uma Massagem+Convívio para criar momentos de maior sensualidade e intimidade. 

Quanto:

Massagem+Body Massage+Descompressão
45 a 60 minutos (descompressão manual) - 60€ 
60 a 80 minutos (descompressão manual ou oral) - 80€

Massagem+ Convívio ou só Convívio
45 a 60 minutos - 80€
60 a 80 minutos - 100€

Anal - 20€**

Casais - 150€ (independentemente de o homem só assistir ou participar)

Deslocações - 150€/hora (hotel/motel e transporte a cargo do cliente)


*A massagem é profissional e executada com pressão e conhecimentos de anatomo-fisiologia, com o cliente deitado de barriga para baixo.

A Body Massage é onde é trabalhada a sensualidade e a provocação, onde o ambiente começa a aquecer realmente. A ideia é ir deslizando todo o meu corpo nas zonas mais erógenas do(a) cliente, antes de lhe ser pedido para se virar de barriga para cima. A Body Massage é continuada mais um pouco e depois é feita uma descompressão que começa com manual.

A descompressão manual é feita com óleo aquecido (assim como toda a massagem) e inodoro. É iniciado de forma lenta termina com técnicas do Tantra. A descompressão oral é feita ao natural, sempre que estejam reunidas Todas as condições de higiene mas nunca até ao fim.

Todas as condições de higiene é traduzido por o cliente estar bem lavado, sem cheiros, nem sinais evidentes de doenças (verrugas, corrimento de cor ou cheiro estranhos, entre outros) e eu não ter nenhuma pequena ferida na boca. Pode acontecer durante a escovagem dos dentes e dos cuidados de higiene oral de rotina haver pequenas agressões às gengivas que colocam em risco a saúde e bem estar de ambos durante o sexo oral. Peço a vossa total compreensão e respeito por este assunto.


**É pedido que informem antecipadamente por telefone se estiverem interessados em sexo anal. 
Existe um limite físico para esta práctica. Apesar de gostar e não ter qualquer problema em o fazer, recuso-me a utilizar gel anestésico. Quando o cliente marcar e me informar da sua intenção é imediatamente informado se o sexo anal é ou não possível nesse dia, permitindo ao cliente remarcar e não criar falsas expectativas.
Peço a vossa compreensão para que não haja mal entendidos nem a sensação de terem sido "enganados".

Como:

Telemóvel - 924 352 685

As marcações são feitas por telefone. Como sou eu que atendo o meu, é possível sentirem algumas dificuldades em me contactar. Podem sempre enviar mensagem que respondo de volta, logo que possível e se assim o desejar.
Nunca ligo a nenhum cliente ou envio mensagens sem o consentimento prévio do cliente. A descrição e confidencialidade são um dos pontos mais importantes no meu trabalho. É uma questão de respeito pelos clientes, respectivas famílias e de respeito por mim e pela minha família.
Todos os assuntos pessoais ou do foro intimo de ambos não é nunca exposto nem comentado, fora do quarto.



O meu convívio é um momento de intimidade... é a amante, a namorada, o engate no bar depois do flirt. É um momento quente e intenso e honesto, sem preconceitos, nem fingimentos, onde tudo é permitido, dentro dos limites de ambos.




Sessão Fotográfica - Apartado X










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Sessão Fotográfica - Doce Massagem








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