domingo, 12 de março de 2017

Pequena Morte

É sobre prazer que escrevo...
Profundo, voluptuoso, turgido.
Sobre prazer, luz intensa
Que nos inunda e nos encaminha à morte.

É sobre prazer que sinto, que murmuro,
que gemo suavemente;
Prendo os gemidos nos lábios,
Trinco-os e saboreio cada onda antes do fim.

Cada onda, cada vaga
Que se contorse e explode,
Percorrendo as falésias do corpo
Num tremor crescente que nos leva,
Violentamente, da queda à pequena morte.

Essa, a luminosa, repleta, cheia,
Redonda e plena, em que nada existe,
Onde tudo começa e termina,
Onde os murmúrios se transformam em vida.

Quando todos os sentidos se conjugam,
Fundem e transformam,
Deixando-nos imersos, perdidos
No silêncio de qualquer ideia de nós.




3 comentários:

  1. Segue, em nota de rodapé, o aviso aos puristas da escrita que, assim como na vida, na escrita as regras e formas pouco ou nada me interessam :)
    E que, volta não volta, é possível que surja por aqui algo semelhante a poesia (de escrita e gosto questionável) nascida de alguma inquietação e insónia :D

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  2. Apesar de não te desejar nenhum mal, venham mais inquietações e insónias ....

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  3. A propósito de "Petit Mort" ocorreu partilhar o trabalho fotográfico de Will Santillo em http://www.santillophotography.com/General/pages/frameSetWindow.html

    Escolher no Menu Portfolios->Risqué Series->La petit mort

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